sábado, 4 de outubro de 2008

CRISE FINANCEIRA


A crise financeira que assola os principais mercados mundiais tem sido tema central nos noticiários. Tentaremos aqui explicar a origem da crise, as soluções que têm sido propostas pelos principais economistas mundiais e quais as implicações da crise no quotidiano dos Portugueses.
A principal causa apontada para a crise económica deve-se à forma relaxada como as entidades financiadoras (bancos, seguradoras, ..) concedem os seus créditos. A forte concorrência nas entidades financiadoras fez com que os juros caíssem em demasia. Para aumentar os lucros (com os juros em baixo), os bancos criaram créditos de elevado risco, na maioria dos casos, sem garantias fiáveis de liquidez dos clientes. Este cenário originou que os bancos ficassem sem capacidade de movimentar dinheiro e criarem os seus próprios lucros. Apesar da crise ter nascido nos EUA, na Europa são consentidos os mesmos problemas. No Reino Unido, Alemanha, Dinamarca, Bélgica, Holanda, Islândia, França e Luxemburgo já foram efectuadas intervenções em diversos bancos, mas acredita-se que em Portugal não será necessário executar as mesmas intervenções. Isto porque os bancos portugueses continuam a exigir garantias nos empréstimos (essencialmente no crédito à habitação) diminuindo o risco associado ao crédito. Por exemplo, a Caixa Geral de Depósitos está a emprestar mais dinheiro a outras instituições financiadoras do que está a pedir emprestado.
Nos EUA, o plano Paulson irá permitir a injecção de 700 milhões de dólares no sector financeiro americano. Este plano funcionará a curto prazo, permitindo que os activos dos bancos não desvalorizem demasiadamente. A longo prazo será necessária uma alteração estrutural do mercado, em que as entidades financiadoras sejam reguladas, não permitindo a cedência de créditos de risco nem permitindo que o volume de créditos e de activos seja superior aos capitais próprios da instituição financiadora. Na Europa, os casos de falência dos bancos tem sido resolvida caso a caso e pelos respectivos governos. Não existe acordo entre os principais mercados europeus (Alemanha, França, Reino Unido e Itália) para a criação de um fundo comum (proposto pelos franceses) para salvar instituições em dificuldade.
A principal implicação desta crise no quotidiano das pessoas tem a ver com a diminuição da capacidade dos bancos em emprestarem dinheiro que fará com que as pessoas e empresas aumentem a sua capacidade de poupança. Por outro lado, os depositantes terão agora taxas mais elevadas para os seus depósitos.
A população permanece no entanto preocupada com as suas poupanças que têm nos bancos. Existem no entanto diversos mecanismos que permitem descansar a população acerca da capacidade dos bancos para garantir o depósito. Caso os fundos de garantia sejam insuficientes para cobrirem os depósitos, estes podem recorrer a empréstimos ou recorrer temporariamente ao Banco de Portugal para cobrir os depósitos, sendo garantida a liquidez dos depósitos.

Pedro Simão

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